O alcance da comunicação globalizada tem partilhado, nas últimas décadas, diversas experiências de
práticas sociais criativas que reivindicam os espaços públicos das cidades. Essas práticas promovem,
no fundo, um maior envolvimento e uma participação mais verdadeira das pessoas nos processos de
construção de espaços públicos. Diversos autores já a partir de meados do século XX tem
denunciado a insuficiência da instituição do planejamento urbano (NESBITT, 2008) na promoção do
acesso e partilha do bem comum. Debord e os Situacionistas propuseram, no contexto dos
movimentos de contracultura entre as décadas de 1950 e 1970 uma prática urbanista mais
participativa, no sentido de se utilizar da cidade atual para a construção da cidade futura (JACQUES,
2003). Os estudos de Certeau (1998) sobre as táticas do cotidiano são importante referência para o
que é chamado hoje de Urbanismo Tático práticas sociais criativas realizadas por cidadãos que de
alguma forma resistem às investidas estratégicas do poder dominante. Tais práticas são importantes
experiências para a atualização dos processos de projeto urbano. Nesse sentido, este artigo vai
demonstrar a experiência do projeto Casa Fora de Casa Táticas Urbanas, que utiliza de oficinas
artísticas, ferramentas de placemaking e de design thinking enquanto táticas para envolver pessoas
num processo de produção de ideias e de intervenções em espaços públicos. Acredita-se que
práticas como essas são importantes experiências para aproximar o trabalho do urbanista à cidade
real e construir melhores processos participativos em planejamento e projeto urbano.
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