Nós mudamos para o Setor Sul em 1961, e eu a partir daí explorei o bairro intensamente juntos com os amigos da época. As peladas de futebol nos vários campos de futebol que haviam nos anos 1960; o Curral do Conselho acima do Clube de Engenharia; o buritizal e suas nascentes onde hoje é o Clube dos Sargentos; o poço do Pelé onde hoje é a Galeria atrás do Fórum; o Abrigo dos Velhos onde hoje é o Fórum; o cerrado ainda virgem logo abaixo do Colégio Marista com suas mangabeiras e pequizeiros; a construção dos blocos do Marista; o asfaltamento de todas as ruas do Setor Sul (todas eram de terra quando mudamos para a Rua 105); a instalação de redes de esgoto e bueiros; a construção das praças; etc.
[…] Uma característica que eu lembro muito, era a quantidade de pássaros, esses pássaros canoros do cerrado, tinha tudo no Setor Sul! Esses fatos me chamavam muita atenção. E eu andava muito no bairro, nas vielas, ia nos campinhos de futebol e fui observando o crescimento, a construção das casas melhores um pouco, aquelas que pegavam ares mais modernistas e às vezes chamavam até um arquiteto até de fora, para fazer uma casa melhor…, mas isso demorou, isso já foi mais para o final dos anos sessenta. No início tinha um leiteiro que entregava garrafa de leite nas portas, mas depois isso acabou, mas o sr. José padeiro, que ia de lambreta, ele tinha um lambretão com uma cesta de vime muito grande amarrada no estepe da vespa e entregava o pão todo dia, na rua 105 todo mundo era freguês dele. A relação entre as pessoas era muito amigável. A gente conhecia todo mundo da rua, mesmo os vizinho mais distantes (que moravam em outras ruas) sabiam quem a gente era e vice-versa.Enfim tudo isso eu presenciei e acompanhei de perto nos anos em que Goiânia foi minha residência.